segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Prelúdio.

A vontade aflorou mais cedo à ponta dos dedos, preenchendo todos os pequenos vasos de um magnetismo diferente. Pesaram-me as mãos.
Foi-me repetido aos ouvidos aquela palavra volátil e aguda. Raspou em cada canto das circunvoluções da cabeça como quem grita "voltei!" e afundou-me os olhos de novo em imagens. Sente-se o corpo a amolecer, numa sonolência viscosa de quem funde as pálpebras contra a vontade. Regressam as músicas que nos reconquistam em marcha triunfal. Perfuram-nos os sentidos e encerram-nos sobre nós próprios. Fechamos.
Suspirei e a vontade foi-se. Mas continuo fechado.

17 Novembro 2008 : 22.20