sexta-feira, 22 de maio de 2009

Trajectórias.

Há músicas que só se podem ouvir em linha recta.

22 Maio 09 : por volta das 3h

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Portuguesa Bagabunda.

Ainda existem por aí uns quantos, escapados dos cantos desta cidade que guarda a noite em qualquer bolso. Apareceu-nos de um mundo que existe bem atrás dos nossos olhos, em prantos sabe-se lá bem de quê. Gritava que havia guerras e batalhas no nosso território Lusitano, como se o Cerco do Porto fosse naquele exacto momento.
Encheu os pulmões outra vez e contou-nos a melhor História de todas.

"A todos de Braga: a Alemanha está fechada. Não tem um cigarrinho. Um palhaço, que não sou racista mas vocês nasceram aqui por isso são tripeiros. Aqui faço a lembrança. A Nossa Senhora de Fátima. Tendes fé. Verdade. Vocês foram criados aqui. Não está lá. Verdade ou mentira. Eu tenho que bater às pessoas que merecem. Os sinos da Senhora da Oulibeira. Os sinos da Senhora da Oulibeira. 'Tá aqui a prova. Chau eu vou-me embora mas eu juro que voltarei. Eu confio em vós, vou beber um copo. Ele por não vir ao Piolho jurou falso. Tudo o que está lá é mentira!"

Uma verdadeira relíquia que guardava ainda mais tesouros dentro da algibeira, não fossem as duas folhas amareladas arrancadas de um livro antiquíssimo, possivelmente, que tinha como nome 'O cisne do colar de ouro'. Duas maravilhas de uma só vez numa explosão sacra. Deu-me vontade, tanta vontade que o fiz, e recortei-lhe um pedaço, numa ganância pecaminosa de quem quer ser rico também.
Ainda bem que os tenho. Num mundo de pseudo-pessoas é optimo encontrar alguém que não é ninguém. Um ninguém abençoado que me grita fados na lingua do Douro e profetiza memórias de um tempo rubro. Ainda bem que aqui também os há. Os loucos. Os nossos loucos do Porto.
14 Maio 2009 : 01.46