segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Homo-homens.

Fragilidades ósseas. Roturas musculares iminentes. Desgaste em cada milímetro de pele.
Assumem-se como o escudo e a força de quem luta. Protegem e envolvem em momentos de queda. Marcam terreno, dominam e defendem-no pela sua genética. Acordam na confiança de que o dia corra como sempre corre, como sempre querem que corra. Adormecem com a vontade de que a Vontade se deite com eles um dia. São imaturidade azul numa carapaça que cresceu demais (e que bem que lhes fica!). Não choram com os olhos mas nos abraços que partilham com os seus irmãos. E esses abraços são mais que braços e força.
São homens com cristais pendurados nos olhos e sangue escuro em cada poro do corpo. São vitalidade e robustez. São amor numa palavra condensada que tatuaram no peito. São desejos oníricos de que aconteça de vez. São segredos. São manchas de suor e rasgões na roupa que usam. São impulsos desviados. São dias e noites de beijos controlados.

25 Outubro 2010 : 04.59

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A utopia é exactamente isso: a pena perpétua de ficarmos condenados à condição de não querermos ser mais do que somos. E não há a merda de um único artigo que venha em nossa defesa quando o juízo é feito antes de qualquer vontade começar.

8 Outubro 2010 : 05.18