domingo, 15 de outubro de 2006

It's raining again.


I'm not coming home tonight. I've lost myself somewhere out while I was hurting my eyes with tears. Sweet selfishness that owns me everyday and keep me loocked inside my mind. And I'm alone now, I know. I try to find something more brighter than the Moon but it's your name that appears all the time. I don't even know you. My body claims your kiss, your touch, but there's only this empty sensation of madness.
Don't hung up on me. Call me later when you're almost asleep. I need a refuge. I'm homeless now and my feet can't bring me back. Run to me, wherever you are, and clean up my mind to paint your own hands on it.
I'm using the rain's perfume so it's easy to find me. There's to much acid in my blood and my heart is boiling. Hurry up and save me from this wonderland. I'm blind. I think I'm drowning in my own desires and my eyes became darker. I've been caught in a maze and probably you're the only one who knows the way out.
Don't be late tonight or I'll be dead before sunrise.
15 Outubro 2006 : 23.23

domingo, 8 de outubro de 2006

Ti Maria



Humilhou-me. Senti-me pequeno com a história da sua vida, tão grande comparada com a minha. Lembro-me de me arrepiar com os seus sorrisos naquela madrugada gelada. Não tinha frio e sentia-se tão bem perto de nós. Rebentou-se num fado angustiado onde gritava num sussuro todo o mal que lhe fizeram. Mas sorria, apesar de tudo. Levanta-se cedo, mesmo antes de me deitar, para começar mais um dos seus dias atarefados, e trata da vida de mil e um jazigos, de mortos que nem são os seus. Na cara tinha a marca de todos os dias e as mãos, grossas dos trabalhos, não tinham cor. Os cabelos eram brancos e quebradiços. Os olhos... Os olhos eram pequenos, gastos, de uma cor vazia e difusa, mas cheios de todas as suas histórias e aventuras de 89 anos. Vestia-se de preto, com um xaile a tapar-lhe as costas, e trazia os sapatos na mão esquerda, para aliviar os pés dos esforços e sentir melhor a terra. Talvez fosse do sol a nascer por trás, mas ela brilhava num esplendor divino. Um anjo, quem sabe, que me mostrou o meu egocêntrismo encerrado num telhado de vidro e me agoniou de tão macabra que era a verdade. Arranhou-me a sua humildade no contraste com as minhas mentiras fúteis e possíveis desilusões. E tive o descaramento de chorar uma lágrima quando ela desabou todo aquele oceano em nós. Agora não sei onde é que ela está. Talvez a tratar das vidas que não é a sua, mas sei que à noite ela volta para a sua casa escondida entre as outras e adormece sempre com o sonho de ir viver para a casa da sua filha.
Obrigado Ti Maria.

7 Outubro 2006 : 18.55