quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Hoje decidi finalmente entregar-te as mãos. Quero que as leias e as guardes para desenhares todos os traços que encontrares. Entrego-tas limpas, como as tuas, quando as vi brilhantes a primeira vez. Mas ainda tenho restos de impurezas subtis agarradas às unhas, que resistem à vontade de as arrancar.
Hoje consegui manter-me erguido para ti e derrubei-O com o medo de voltar a sentir. E sinto. E por isso entrego-te as mãos, numa extensão de tudo aquilo que suporta o meu corpo neste momento. Como se te quisesse segurar também.
Hoje gritei que encontrei o meu tatuador. E tudo à volta começa a cheirar a citrinos.
Espero-te por perto, Romeu.

3 Setembro 2009 : 06.34

5 comentários:

Motajp disse...

Fico contente por ti!
Fico contente por finalmente ter mais um texto teu para ler! =)

Teresa Coutinho disse...

Num destes dias, deste-me a mão. E voltámos a ser nós.

Teresa Coutinho disse...

Tenho mais um blogue. www.bluesforsistersomeone.blogspot.com.

É um cantinho de tralha e tesouros.

Um beijo.

Teresa Coutinho disse...

Recomendo, sem pestanejar.

Não dissesse ele :

'sofro o fio que o
cabelo alinha no chão. a
noite que vem comer a luz
ao dia. minha voz
superior. deus certamente
corrige meus olhos. vejo o
frio, a paralisia do
vento. e preocupo-me
lentamente. um estar vivo
sem qualquer obrigação. vou
dizendo o escuro pormenorizadamente'


Gosto de ti.

Anónimo disse...

Queria ter uma máquina do tempo.
Recuar até aos dias que não me eras, ser um fantasma invisível para te ver de perto sem me sentires, para te poder ter dado um beijo nos olhos em todas as noites que tinhas chuva no rosto.
Romeu