ao fundo há a ponte
e o rio debaixo dela
e o carrinho reluzente
a andar por cima dela
só depois o casario
a descer a encosta em avalanche
e os prédio
semeados pelo caos
e a brotarem como dentes diamantes
e por cima uma neblina
a ascender em poeira poluente
e umas gruas insinuadas
e as antenas
nada de gente
só os telhados
com as chaminés em erecção
e todas as janelas a olharem para o chão
nada mais alto
só a copa das árvores
mais ousadas
as mais atrevidas
em rebelião com as altas fachadas
monumentais guardiães
de estórias e histórias
das camas mal feitas
as mal amadas
próximas demais
demasiado usuais
quentes, infernais
até repelir o abraço
o mais sincero
o único que aquece mais que o calor
o verdadeiro reagente
para a ilusão
ou o amor.
28 Maio 2015 : 20.47