Comecei uma viagem. Acho que acabei por abandonar as árvores do meu jardim para descobrir um deserto. Os cigarros e a Lua são a minha única bagagem, e um mapa qualquer, desenhado por mim num momento de euforia. Onde estou, não sei. Perdi-me algures na esperança de me encontrares. Já nem oiço o teu nome como gotas de chuva no coração. Por estes lugares não chove. Há uma luz de um sol qualquer e as nuvens só dentro de mim.
Sou um forasteiro. Um pirata de novos corpos, sedento e implacável no seu desejo. Acho que voltei a nascer: mais frio, sozinho, viciado num jogo onde lanço sempre os dados. E o acaso é a minha sorte.
Sei lá eu em que corpo cresci. Já não é o mesmo que tocaste. Muda todas as noites, numa metamorfose constante. E seduz-me. E a cada dia que passa, são menos as palavras que me deixa escrever.
Sou um forasteiro. Um pirata de novos corpos, sedento e implacável no seu desejo. Acho que voltei a nascer: mais frio, sozinho, viciado num jogo onde lanço sempre os dados. E o acaso é a minha sorte.
Sei lá eu em que corpo cresci. Já não é o mesmo que tocaste. Muda todas as noites, numa metamorfose constante. E seduz-me. E a cada dia que passa, são menos as palavras que me deixa escrever.
17 Abril 2006 : 05.50