Noite agitada por mergulhos subterrâneos e medos recalcados por teorias não explicadas. Nem as nuvens ficam para assistir e afastam-se de mãos dadas com o vento. Abrem-se portas escuras no arrepio de uma melodia estranha que me vicia. Grito. E tenho medo depois de gritar.
Rasgo-me em pedaços para poder fugir melhor. Nem eu quero ficar para me ver. Olho para o céu escuro, que de negro tem o meu sabor, e corro por passeios descalços de mil e uma estrelas onde descanso os meus pés arranhados pelo frio. Não paro.
Chego a ti, numa ilusão de te poder ver o reflexo no mar e deixo-me violar as entranhas de todas as moléculas do oceano, harmoniosamente dispostas para me acolherem no seu útero de mistérios. Agonio num sufoco essencial, que me lembra de que é que sou feito, e diluo-me em tintas vermelhas que te poluem o corpo. Deixo-me fundir com o teu sangue.
Decoro-te os contornos e tapo-te a cara. O teu sorriso escurece-me a voz. Por isso calo-me no pecado de não saber parar e desenho-o para o ter guardado só para mim. Só para mim! Ao menos guardo-te a imagem e o sofisma de te poder ter fora do papel um dia.
Agarras-me o braço e dizes que também gostas de mim, num segredo arrependido que não consegues aguentar de tão sobejo que é. Deixas-me sentir o meu desejo imaginário de te tocar os lábios, por segundos que sejam, num prenúncio de eternidade. Prometes que ficas desta vez.
Não percebo porque páras. Agora és tu quem se desfaz. És fumo do cigarro antes de me deitar e não me deixas aspirar-te para dentro de mim. És noite e o nascer do novo dia. Não percebo! Abro os olhos.
Acordo. E choro por acordar com os lábios molhados.
Rasgo-me em pedaços para poder fugir melhor. Nem eu quero ficar para me ver. Olho para o céu escuro, que de negro tem o meu sabor, e corro por passeios descalços de mil e uma estrelas onde descanso os meus pés arranhados pelo frio. Não paro.
Chego a ti, numa ilusão de te poder ver o reflexo no mar e deixo-me violar as entranhas de todas as moléculas do oceano, harmoniosamente dispostas para me acolherem no seu útero de mistérios. Agonio num sufoco essencial, que me lembra de que é que sou feito, e diluo-me em tintas vermelhas que te poluem o corpo. Deixo-me fundir com o teu sangue.
Decoro-te os contornos e tapo-te a cara. O teu sorriso escurece-me a voz. Por isso calo-me no pecado de não saber parar e desenho-o para o ter guardado só para mim. Só para mim! Ao menos guardo-te a imagem e o sofisma de te poder ter fora do papel um dia.
Agarras-me o braço e dizes que também gostas de mim, num segredo arrependido que não consegues aguentar de tão sobejo que é. Deixas-me sentir o meu desejo imaginário de te tocar os lábios, por segundos que sejam, num prenúncio de eternidade. Prometes que ficas desta vez.
Não percebo porque páras. Agora és tu quem se desfaz. És fumo do cigarro antes de me deitar e não me deixas aspirar-te para dentro de mim. És noite e o nascer do novo dia. Não percebo! Abro os olhos.
Acordo. E choro por acordar com os lábios molhados.
17 Janeiro 2007 : 03.46