sábado, 3 de abril de 2010

Outras astronomias.

Dentro de nós existem outros sistemas solares muito mais complexos que o que conhecemos. Têm vários centros de gravidade e a sua normalidade baseia-se no caos. Os corpos celestes são atraídos por inúmeras forças e alguns chegam mesmo a colidir ou rebentarem. No entanto, há sempre uma poeira, vestígio de algo que foi e que não deixa de o ser, que interfere na mesma com a função de todas as coisas, por mais microscópico que seja o seu tamanho. Habituamo-nos a reconhecer apenas o que é visível e nos tapa a visão e não percebemos o impacto de todos esses restos de ideias, projectos inacabados e coisas e coisinhas que vamos acumulando num cantinho escondido da nossa cabeça até se manifestarem no seu esplendor em magníficas auroras boreais que nos encantam. Lentificam-nos as vontades ao ponto de não existirem e passamos a ser frios (mais frios que qualquer vento roxo ou cigarro por acender). Deixamos de ter estrelas nos olhos e outras explosões cósmicas que nos incendeiam os dias e mergulhamos no buraco negro das rotinas, que nos fazem derivar num espaço anti-gravitacional onde acreditamos não ter outro destino que não o fim.
A verdade é que ainda não existe nenhum caminho marítmo para a Lua, mas não foi isso que nos impediu de lá chegar.
3 Abril 2010 : 06.34

Sem comentários: