As pessoas desalinham-se dos eixos. Deixam de ser constelações evidentes e passam a corpos celestes em decadência. Entram em rota de colisão, que escolhem, minuciosamente, mesmo antes de perceberem o impulso. E não levam nada senão a incerteza escura de se desfazerem em pedaços, de se fragmentarem em partículas brilhantes e douradas da beleza que já foram. Arranham os dias e cada segundo dos dias, com cada palavra, com cada vontade por acontecer. E alimentam os desejos indesejados de ascender na pureza dos sonhos e ser estrela de novo. De ser leve e vazio. De não ser.
26 Dezembro 2010 : 10.10
[fotografia: autor desconhecido]
2 comentários:
Devíamos ter um caminho traçado, todos. Correndo o risco de não ser. Era simples, tudo simples.
Devíamos ter um caminho traçado, todos. Correndo o risco de não ser. Era simples, tudo simples.
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