Voei. Abri as minhas asas de cabelos pretos e voei. Dei corda ao relógio de bolso e ouvi o coração bater.
Está frio e a chuva faz-me tremer, medo inseguro de não aguentar o peso da água. Já não há sol no céu e a lua não se mostra hoje. Eclipse misterioso de um recomeço secreto. As nuvens são o meu caminho porque nem o vento ou as estrelas me querem falar. E os candeeiros são lembranças de um tempo de luz.
Deixei-me viciar, necessidade orgânica que agora me mantém de pé. Selei a minha promessa em palavras para não pestanejar quando te olhar de novo, quando houver um novo olhar. Desculpa que encontrei em cartas que não te escrevi. Coragem que me faltou. Vontade que escondi.
Peço-te que me escrevas quando tiveres certeza da tua morada. Oito mil setecentas e sessenta horas é tempo demais e o relógio ainda mal começou. Não te prendas em amarras de seda mesmo que sejam macias as histórias nos teus pulsos. Corre para longe mas decora cada pôr-do-sol.
Acabei por encontrar um novo ninho de olhos verdes. Cheguei a casa e não és tu que me esperas com um beijo nos lábios.
Deixei-me viciar, necessidade orgânica que agora me mantém de pé. Selei a minha promessa em palavras para não pestanejar quando te olhar de novo, quando houver um novo olhar. Desculpa que encontrei em cartas que não te escrevi. Coragem que me faltou. Vontade que escondi.
Peço-te que me escrevas quando tiveres certeza da tua morada. Oito mil setecentas e sessenta horas é tempo demais e o relógio ainda mal começou. Não te prendas em amarras de seda mesmo que sejam macias as histórias nos teus pulsos. Corre para longe mas decora cada pôr-do-sol.
Acabei por encontrar um novo ninho de olhos verdes. Cheguei a casa e não és tu que me esperas com um beijo nos lábios.
19 Março 2007 : 05.36