Soltem-se os vidros das janelas e caiam as casas aos pedaços. Preciso de espaço para rebentar com a cabeça. E com os braços, pernas e peito. Manchar tudo num oceano escuro. Reduzir-me a um berro de fumo. Reduzir-me a um fio de cabelo encaracolado. Reduzir-me.
Arranham-me a garganta todas as palavras que se acumulam rente aos lábios. Não sei quais são, não lhes conheço o nome. E as imagens na cabeça em metástases pelo corpo.
Os olhos são de tinta preta, turvos como o frio pela manhã. Aumentam a cada ruído novo, a cada golpe fora do tempo. Encolhem no bocejo fraco de quem tem fome de algo mais. Sim. Os olhos também sabem se defender. Artes que se aprendem com o tempo. Artes que se aprendem quando não temos um corpo para abraçar.
Tenho a máscara a estalar. As feridas já sangram sem dor e sem uma única gota de água salgada.
Antes fosse tudo mais fácil. Antes adormecesse com o meu nome sussurado nos ouvidos.
Arranham-me a garganta todas as palavras que se acumulam rente aos lábios. Não sei quais são, não lhes conheço o nome. E as imagens na cabeça em metástases pelo corpo.
Os olhos são de tinta preta, turvos como o frio pela manhã. Aumentam a cada ruído novo, a cada golpe fora do tempo. Encolhem no bocejo fraco de quem tem fome de algo mais. Sim. Os olhos também sabem se defender. Artes que se aprendem com o tempo. Artes que se aprendem quando não temos um corpo para abraçar.
Tenho a máscara a estalar. As feridas já sangram sem dor e sem uma única gota de água salgada.
Antes fosse tudo mais fácil. Antes adormecesse com o meu nome sussurado nos ouvidos.
18 Dezembro 2007 : 01.55